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Homem morre após nadar no mar 5 dias depois de fazer tatuagem: é perigoso?

Fazer uma tatuagem e, logo em seguida, entrar no mar é realmente perigoso? Segundo reportou o jornal inglês Daily Mail, este foi este o motivo da morte de um homem no México: um mergulho no mar cinco dias depois de ser tatuado deu início de uma infecção que resultou em sepse, e consequentemente, em óbito.

De acordo com a publicação britânica, o rapaz de 31 anos não deu ouvidos às recomendações de ficar duas semanas sem entrar na água e nadou no mar do Golfo do México cinco dias após tatuar uma cruz na panturrilha direita.

No dia seguinte já teriam surgiram os primeiros sinais de uma infecção por bactérias que se alimentam de carne – a perna do indivíduo apresentou feridas em pele aberta. Além disso, o hospital registrou febre, calafrios e erupção cutânea.

Pode entrar no mar depois de fazer tatuagem?

Na verdade, ninguém precisa se preocupar em entrar na água se acabou de fazer uma tatuagem. É o que afirma o médico infectologista da Unifesp Paulo Olzon.

“Uma coisa não tem a ver com a outra, relacionar a morte do sujeito com a tatuagem não tem sentido algo”, argumenta.

“Há milhões de bactérias com as quais a pele entra em contato, seja na água ou fora dela. O risco de infeccionar no mar é o mesmo que teria em terra”, completa.

Os procedimentos básicos de higiene para o local da tatuagem são fundamentais para mantê-la saudável. A

água, explica o médico, inclusive é usada para lavar se houver algum tipo de problema com o desenho e o único contratempo que pode causar é comprometer a pigmentação da tinta na pele.

“Ninguém morre por causa de uma tatuagem. Pode acontecer infecção local, mas ela precisa se disseminar pelo corpo para causar algum risco letal. Não se pode pensar que a causa dessa infecção generalizada é o contato da tatuagem com o mar”, conclui

Como mexicano morreu

A notícia do Daily Mail afirma que equipe médica constatou que a infecção rapidamente se alastrou pelo corpo do mexicano.

Os médicos teriam creditado esse quadro ao fato de o homem em questão ter cirrose, o que significa que seu fígado funciona muito mal – pacientes com debilidade hepática produzem baixa quantidade de neutrófilos, glóbulos brancos importantes para combater corpos estranhos ao organismo.

Logo após a internação, o sujeito foi levado à UTI e precisou de auxílio de máquinas para sobreviver.

Após algumas semanas de tratamento com a ingestão de antibióticos, foi liberado para voltar para casa, mas a infecção não havia sido completamente sanada.

Dois meses após o mergulho no mar, seu corpo estaria em um estado de infecção tão alto que sucumbiu a um choque séptico. Houve uma paralisação completa dos rins e, então, a morte do rapaz.

O que é sepse e choque séptico?

A sepse, ou septicemia, acontece quando uma infecção se espalha pelo corpo, podendo atingir a corrente sanguínea e outros órgãos.

Quando generalizada por todo organismo, e a atividade de órgãos vitais como fígado e rins é prejudicada (nesta etapa podem até parar), configura-se o quadro de sepse grave.

Por fim, o choque séptico ocorre quando há falência circulatória aguda – o risco de morte neste caso, segundo dados brasileiros, é de 65%.

A infectologista Glaucia Varkulja, do Hospital Santa Catarina, explicou como a sepse avança no corpo.

“O paciente com esse diagnóstico tem o risco de evolução para óbito, justamente por conta da resposta que o organismo está dando para lidar com essa agressão.

Essa resposta às vezes fica muito intensa e o organismo sofre, tanto com a agressão infecciosa, quanto com a resposta inflamatória do organismo.

A pessoa vai tendo uma série de alterações no corpo que podem progredir para acometimento de vários órgãos e sistemas, por isso pode ter falência de órgãos”, disse.

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